sexta-feira, 27 de julho de 2012


Ô menina, veja bem…
Ouça uma boa música,
leia um bom livro e bola pra frente.
Pode parecer clichê, mas funciona.
Vá por mim.



quinta-feira, 26 de julho de 2012

'Mensagem na Caixa Postal

Não quero perturbar, você deve estar cansada, talvez eu dê uma volta na rua, pensar sobre isso, não sei. Por enquanto estou aqui, de bobeira, imaginando como seria você aqui, forçando pra não esquecer sua fisionomia porque eu realmente acho que o sentimento perde viço quando a gente não consegue lembrar o rosto. Ouvindo aquela do Beck, sabe? Porque as canções de amor são como marca-páginas da nossa vida, como se ela fosse um livro, e Deus sabe o quanto eu lamento que nossa história esteja passando em branco. Caralho! Ok. Pela última vez: sou eu a pessoa que você tanto não procura. 

 
"...E eu pensando em você, sonhando um lugar pra nós, 
invento a verdade e muito mais
Xanadu
Shangri-la
Jardim do Éden
Paraisópolis
Por que você não vem?"

-Marcelo Jeneci - 


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ele: — Abre essa porta, que direito você tem de me privar desse castelo que eu construí pra te guardar de todo mal, desse universo que eu desenhei pra nós? Abre essa porta, não se faz de morta, diz o que é que foi. Já que eu armei tudo pra ti, já que eu cerquei tudo ao redor. Abre essa porta, vai, por favor, que eu sou teu homem,que eu sou teu homem.

Ela: — Cala essa boca que isso é coisa pouca perto do que passei. Eu que lavei os seus lençóis sujos de tantas outras paixões, que eu ignorei as outras muitas. Vai, depois liga, diz pra sua irmã passar que eu vou mandar tudo o que é seu que tem aqui, tudo o que eu não quero guardar, que é pra esquecer de uma só vez que este castelo só me prendeu, viu? Mas o universo hoje se expandiu. E aqui dentro a porta se abriu.

- Los Hermanos - 

 
'O caminho é este, tem pedra, tem sol, 
tem bandido, mocinho,
tem você amando, tem você sozinho, 
é só escolher, ou vai, ou fica.
Fui.'

Sabedoria popular: do povo, pelo povo, para o povo





 A sabedoria popular é a herança ética que nos deixaram nossos ancestrais. Aqueles homens e aquelas mulheres que desbravaram sertões e matas, cavando a terra com as próprias mãos e regando-a com o próprio sangue.

Pegue um pouco de terra nas conchas das suas mãos e cheire-a. Vai me dizer que não sente o cheiro da vozinha e do vozinho? Vai lá, tente de novo, feche os olhos e aspire o cheiro da terra longamente. Sentiu? Pois é... Por isso sou uma apaixonada pelos ditos populares. Eles são as vozes dos meus que se foram, mas permanecem comigo, genética, moral e eticamente. Eu sou a herança que eles me deixaram.

Certamente muitos de vocês, leitores, tem também este sentimento. Por isso ouso partilhar com vocês essa minha simples reflexão a partir de alguns ditos populares. Ou melhor, a partir das vozes da nossa ancestralidade que ecoam no Universo para sempre. Ouçamos o que a ancestralidade nos sussurra na voz do vento.

Ela nos diz que pior cego é aquele que não quer ver, que, convenientemente, não enxerga um palmo adiante do nariz. O que, tá brincando é? Sei disso não. Não vi não.

Aliado do cego é o ouvido de mercador. O que? Como? Saí pra lá, quero saber não! Vaza, vai!

Pior ainda é tentar esconder o sol com a peneira. Escoam pelos furos, sobre a cara deslavada do cego-surdo, as porcarias desocultas.

Mas nada como um dia atrás do outro: onda vai, onda vem... E água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

O triste é saber que uma andorinha só não faz verão. É preciso reunir algumas delas para que o sol aqueça o inverno tenebroso que teima em se instalar. Mas elas sempre se reúnem, em uma certa estação, em um certo lugar, em um certo momento. E voam trazendo consigo o Sol, livres – a verdade as libertará!

Depois do inverno, da tempestade, invariavelmente vem a bonança. E, quando sob a fúria dos ventos, dos raios e dos trovões, lembremos que é na necessidade que se (re)conhecem os amigos, que fazem o verão andorinhês.

A transformação de um estado de coisa para um estado de ética tarda, mas não falha,  pois não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe. Não choremos sobre o leite derramado. Antes tarde do que nunca!

Deitemos e descansemos, então, na cama mesma que fizemos. Na solidão do Eu. À espera...

A benção, pai, mãe, vó, vô, bisa, biso. A benção vida minha, Universo meu!




Maria Lúcia Souza Castro. Professora Titular da UNEB-Departamento de Ciências Humanas-DCH-Campus V, Santo Antônio de Jesus.

Ps.: Texto enviado por minha Professora Lúcia. Muito bom,
 então vim dividir com vocês!

“Passo metade do dia odiando minha vida
querendo ser sugada pela minha própria insignificância
A outra metade passo rindo 
do quanto sou dramática e exagerada.”



“No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, 
mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, 
como fazem as pessoas banais,
 você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes,
 cheio de possibilidades 
- que não aconteciam, mas que importa? - 
a esta secura de agora. 
Quando tudo, sem ele, é nada.”


'No final, o que me move não é forte o suficiente pra me derrubar
mas é intenso o bastante pra me fazer ir além.'