“Nenhum pensamento meu tem o poder de te
machucar, nenhum mundo para onde eu vá tem o poder de te causar desespero. E eu
preciso te sentir na minha ratoeira, eu preciso atirar nas suas asas que
sobrevoam meu sossego. Você sempre me deixa, mesmo ficando colado comigo. Eu
preciso sentir tormento alheio para desocupar o lugar da atormentada. Eu
preciso ter a certeza que no seu ponto perdido no espaço ainda não mora outro
rosto. (…) Eu queria não acordar e lembrar que ainda preciso conquistar você,
porque você brinca de ser meu, mas mora do outro lado mundo. E eu não sou
atleta e nem forte para correr tanto e tão longe, por isso gostaria de destruir
tudo o que é seu do meu mapa. Eu tenho muita preguiça do seu olhar de “já sei o
que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro”. (…)
Alguém aí pode admitir que essa merda de vida dá um medo filho da puta, e que
ficar longe de tudo dói, e que ficar dentro de tudo dói, e que estar aqui,
agora, dói pra cacete?”
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